Avançar em diversidade é um imperativo moral, legal e econômico

Pluralidade de perfis melhora o desempenho dos times, aumenta o engajamento dos profissionais e impulsiona a reputação da marca Por Margareth Goldenberg

Tema tem de estar vinculado aos valores e à estratégia de negócio e ter o CEO como aliado e patrocinador da causa – Foto: Shutterstock

Empresas de diferentes segmentos de negócios têm sido pressionadas a repensar a maneira como organizam, recrutam, desenvolvem, gerenciam e engajam sua força de trabalho. A pauta de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) se fortalece nesse contexto, ligada a uma cultura empresarial direcionada pelos princípios ESG e pelo respeito aos direitos humanos. O movimento é impulsionado por fatores que vão desde transformações sociais e aumento do empoderamento até a conscientização dos direitos pela sociedade e a criação de novas leis de inclusão.

Seja por amor, dor, justiça, inteligência ou visão de negócio, as organizações são cobradas a avançar nesta jornada. Stakeholders pressionam. Profissionais se mostram mais seletivos ao definir em qual companhia querem trabalhar. Clientes fazem escolhas mais conscientes. Colaboradores e colaboradoras exigem equidade de oportunidades e ambiência justa e sem discriminação. Acionistas, investidores e órgãos reguladores de mercado pressionam por mais diversidade nos conselhos e em posições executivas. A sociedade cobra que as empresas sejam cada vez mais diversas, justas e inclusivas.

Sob o ponto de vista do negócio, a implementação de uma estratégia de DE&I coesa e interligada significa mais competitividade e inovação. Além disso, melhora o desempenho dos times, aumenta o engajamento dos profissionais e impulsiona a reputação da marca.

“Ser uma empresa diversa e inclusiva é ter pluralidade de perfis no time em todas as áreas e em todos os cargos.”

E o que, realmente, significa ser uma empresa diversa e inclusiva? É ter diversidade, ou seja, pluralidade de perfis no time em todas as áreas e em todos os cargos. Diversidade é a soma das características que trazemos ao nascer com aquelas que são construídas ao longo da vida.

A equidade exige mudança de mindset das lideranças e equipe e difere da igualdade de uma maneira sutil, mas importante. Enquanto a igualdade pressupõe que todas as pessoas devem ser tratadas da mesma forma, a equidade leva em consideração as circunstâncias únicas de uma pessoa, ajustando o tratamento para que o resultado seja igual.

Quem está iniciando essa jornada deve seguir alguns passos ou catalisadores. É preciso começar pelo engajamento da alta liderança. O tema deve estar vinculado aos valores e à estratégia de negócio e ter o CEO como aliado e patrocinador da causa na organização. E é fundamental que haja governança, com a definição de atribuições e responsabilidades para todas as instâncias envolvidas: recursos humanos, comitê técnico, comitê de lideranças, grupos de afinidade e sponsors.

Avançar nesta pauta é um imperativo moral, legal e econômico.

Margareth Goldenberg é gestora executiva do Movimento Mulher 360 e CEO da Goldenberg Diversidade


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