Recém-eleita para presidir o Conselho de Administração do Pacto Global da ONU no Brasil, Rachel Maia fortalece a sua atuação em direção às questões sociais, ambientais e de governança. Uma das raras mulheres negras a já ter ocupado cargo de CEO em grandes companhias no país, Rachel diz que uma empresa que conecta o resultado com o humano como parte de seu DNA traz um grande referencial reputacional.
Em entrevista exclusiva ao Reputation Feed, a executiva, que já comandou a Tiffany & Co Joalheria, a Pandora e a Lacoste Brasil, afirma que o grande desafio de líderes corporativos no Brasil, sob o ponto de vista de práticas de ESG, é ter o propósito em transformação e colocá-lo em ação. Segundo Rachel, essa atitude vale tanto para as áreas Ambiental, Social e de Governança quanto para questões mais específicas abrangidas pela letra S do acrônimo. Uma delas é a diversidade. “Diversidade, por si só, não basta. Eu tenho que ter mulheres na liderança, mas tenho que fazer com que essas mulheres se sintam pertencentes. Tenho que ter LGBTQIAP+ como parte da liderança, mas tenho que fazer com que se sintam pertencentes. Tenho que ter pretos e pardos na liderança, mas tenho que fazer com que o ecossistema de fato os abrace.”
CEO da RM Consulting, Rachel, que é fundadora do projeto social Capacita-me, presta hoje consultoria em Diversidade e Inclusão, Varejo e Liderança, além de atuar como conselheira do Grupo SOMA. Na visão dela, o Brasil tem conhecimento nessa área, já avançou bastante, mas precisa acelerar. “Tenho que abrir mais oportunidades para aqueles que não são iguais a mim. Tenho que procurar em lugares que não sejam os mesmos. Se eu procurar nas mesmas agências, vou ter as mesmas referências. Tenho que atravessar as pontes e ir até as periferias. Tenho que dar oportunidades para aqueles que, antes, eu não olhava.”
Indicada recentemente como uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea, Rachel recebeu o RF no showroom do Merkadim, um markeplace de produtos sustentáveis que apoia.
A seguir, veja alguns pontos da entrevista:
Rachel também traz luz sobre a importância de disseminar ações envolvendo o Pacto Global da ONU no Brasil, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) e a Agenda 2030. “Temos que ter compromisso com a Agenda 2030. Temos que ter conhecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, convoca.
Confira mais esse trecho da entrevista com Rachel:
O Pacto Global da ONU no Brasil foi criado em 2003, e hoje é a terceira maior rede local do mundo, com mais de 1,5 mil membros. No país, são conduzidos cerca de 40 projetos, para promover responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, abrangendo, em especial, os temas de água e saneamento, alimentos e agricultura, energia e clima, direitos humanos e trabalho, anticorrupção, engajamento e comunicação.
A Agenda 2030 é a agenda de desenvolvimento sustentável proposta pela ONU, que integra os 17 ODS, que buscam assegurar os direitos humanos, erradicar a pobreza, combater a desigualdade e a injustiça, alcançar igualdade de gênero e o empoderamento feminino, agir contra as mudanças climáticas, entre outros desafios.
Nuria Saldanha é jornalista e consultora da ANK Reputation
nuria.saldanha@ankreputation.com.br