Risco à reputação: como conselhos de administração podem enfrentar ameaças digitais

Conselheiros, em geral, subestimam papel estratégico em segurança cibernética, diz análise da Harvard Business Review

Redação Reputation Feed

Conselhos devem ser guardiões para a segurança cibernética – Foto: Shutterstock

Em tempos de transformação digital acelerada, segurança cibernética deixou de ser um tema restrito à área de TI. Falhas nessa frente representam riscos reais à reputação, à continuidade dos negócios e à confiança do mercado. Por isso, é importante e urgente que os conselhos de administração – muitos dos quais alheios à gravidade do tema, sem assumir a responsabilidade que lhes cabe – revejam seu papel estratégico na proteção digital, tornando-se guardiões nessa área.

Prevenir crises e construir resiliência

Tornar a governança de longo prazo parte central da atuação do conselho é essencial para prevenir crises cibernéticas evitáveis e construir resiliência digital em toda a organização, argumentam os autores. Cibersegurança não é custo, mas estratégia, sustentam, defendendo uma mudança de mentalidade a partir de uma reflexão sobre três erros comuns em relação ao tema:

1. Subestimar o custo da inação: Ataques cibernéticos podem paralisar operações por dias, afetar clientes, gerar multas e manchar reputações.

2. Ignorar a dívida técnica: Infraestrutura obsoleta, sistemas não atualizados e falta de manutenção criam vulnerabilidades silenciosas.

3. Evitar más notícias: Culturas que escondem quase-incidentes ou minimizam falhas inibem o aprendizado e a prevenção.

Os conselheiros que desejam evoluir de simples observadores para protagonistas da resiliência digital, sugerem os autores, devem seguir cinco passos, começando pela centralidade de stewardship – administração responsável.

Colocar a mentalidade de stewardship no centro: Tratar a cibersegurança como responsabilidade do conselho. Isso muda o nível das perguntas feitas e a qualidade das decisões tomadas.

Encorajar análises profundas sobre os riscos da inação: O que acontece se o sistema cair por 24 horas? E por uma semana? Essas perguntas devem pautar o debate no conselho.

Fazer diligência devida para reduzir a dívida técnica: Identificar gargalos, antecipar vulnerabilidades e tratar riscos ocultos como se estivesse avaliando uma aquisição estratégica.

Enxergar o investimento em cibersegurança como vantagem competitiva: Mais do que evitar perdas, proteger sistemas pode gerar valor: confiança do consumidor, reputação sólida e diferenciação no mercado.

Transformar atualizações em momentos de aprendizado:  Cada relatório de cibersegurança deve ser tratado como insumo para melhoria contínua, não como formalidade técnica.

A conclusão dos autores é que governança de longo prazo exige mais do que visão estratégica. Exige responsabilidade ativa na prevenção de riscos evitáveis, incluindo os digitais. O Conselho de Administração é peça-chave para garantir que cibersegurança, uma pauta de reputação, sustentabilidade e viabilidade, esteja no centro da agenda.

. Leia mais sobre os desafios dos conselheiros de Administração na série Reputação no board: José Monforte: Stakeholders exigem reputação para serem leais às empresas; Dan Ioschpe: Velocidade e complexidade impõem mais cuidado com reputação; Leila Loria: conselho precisa de diversidade e alguém que já tenha passado por crise; Osvaldo Schirmer: reputação se constrói com todos os stakeholders


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