CEOs mais humanos e empáticos e que sabem se comunicar com o público estão cada vez mais ocupando os espaços – Foto: Shutterstock
Em um mundo no qual todos têm vida e personalidade virtuais, não cabe mais a ideia de que ficar fora das redes sociais preserva a reputação do líder. Ao contrário, a era do posicionamento e da conexão é facilmente encarada como de grandes oportunidades para influenciar e engajar pessoas. A questão hoje é se expor de forma consciente e planejada, para aproveitar o que o mundo virtual tem de melhor, sem cair nas armadilhas.
O Brasil iniciou o ano de 2023 com 70,6% de sua população conectada por meio de aplicativos e redes sociais como WhatsApp, Youtube, Instagram, LinkedIn e TikTok, entre outros. Em âmbito global, os usuários de redes sociais estão na casa dos bilhões. Embora esteja ocorrendo uma desaceleração, a tendência é de que cerca de dois terços da população mundial deve estar online até o final deste ano. Não se pode desprezar o significado desses números, os quais amparam o argumento, publicado em relatório divulgado em 2023 por We Are Social e Hootsuite, de que o líder precisa ter um posicionamento digital.
Ampliaram-se os canais para que o líder possa, de maneira independente da mídia ou das comunicações formais da empresa, estabelecer contatos, contar a sua história, mostrar os seus valores e fazer ecoar as suas ideias diretamente com seus públicos de interesse. Além disso, CEOs mais humanos, empáticos e que sabem se comunicar estão cada vez mais ocupando os espaços daqueles que se mantêm discretos, sendo uma das tendências aceleradas a partir dos impactos da pandemia da Covid-19.
As 10 redes sociais mais usadas no Brasil*:
Portanto, ficar off reduz ainda mais a possibilidade de se construir um capital reputacional alinhado com os próprios objetivos, além de aumentar a vulnerabilidade do líder ao permitir que, em uma situação de dúvida ou de crise, exista previamente somente uma versão: a dos outros. A pergunta que um grande número de CEOs está se fazendo é como atuar neste novo ambiente de forma a atender às expectativas dos diferentes públicos sem que isso abra a porta para novos riscos para a empresa.
Então, qual é a melhor estratégia? Ser low ou high profile? Manter as redes sociais abertas ou fechadas ao público? O fato é que não existe resposta certa que sirva para todos. É preciso analisar uma série de variáveis para construir uma estratégia de posicionamento digital coerente e consistente com a trajetória de liderança, que preserve e potencialize reputação do líder.
Para aproveitar o melhor no mundo digital, a ANK recomenda:
1) Conhecer as características das principais redes sociais, suas especificidades, tipos de conteúdos e de públicos para os quais cada uma é mais direcionada. Depois, escolher estar naquela que fizer mais sentido.
2) Começar pelo LinkedIn é uma boa escolha, pois é um ambiente virtual mais controlado do que o das demais redes e profissional.
3) Definir os temas sobre os quais irá opinar e se posicionar proativamente e manter-se atualizado sobre eles.
4) Avaliar se realmente vale a pena fazer ou compartilhar um conteúdo com potencial de provocar polêmica, mesmo que seja criativo ou engraçado. Uma vez postado, o conteúdo sai do próprio controle.
5) Não compartilhar ou dar opinião sobre assuntos da empresa sobre os quais não se está autorizado a falar.
6) Checar com fontes confiáveis sempre que tiver dúvida sobre determinado conteúdo e jamais compartilhar informações falsas, as chamadas fake news, e combater a desinformação.
Mariana Azevedo é jornalista e consultora da ANK Reputation
mariana.azevedo@ankreputation.com.br