O agravamento das tensões geopolíticas, com conflitos armados entre Estados no topo do ranking, além da intensificação das crises ambientais e do aumento da desinformação são os principais fatores de riscos globais para 2025, conforme o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Conflitos armados subiram também da quinta para a terceira posição no cenário dos próximos dois anos traçado pelo Relatório de Riscos Globais, com base na Pesquisa Anual de Percepção de Riscos Globais (GRPS), em sua 20ª edição, que ouviu mais de 900 líderes no mundo. E passam a exigir maior atenção nas estratégias de mitigação de riscos por parte de líderes de empresas globais.
Eventos climáticos extremos passaram a ocupar o segundo lugar entre os focos de preocupação em 2025 e assumem o primeiro posto num cenário de dez anos. Outros focos de riscos apontados pelos entrevistados para 2025 são fake news e desinformação, que aparece em 4º lugar, depois de confrontos geoeconômicos (3º) e polarização social, em 5º lugar.
A desinformação se mantém como preocupação central pelo segundo ano consecutivo, por representar uma ameaça à estabilidade social e política. Em 2024, o relatório já alertava para o fato de que esse é um risco crescente. As preocupações com resultados adversos no uso de tecnologias como Inteligência Artificial (IA) ainda se mostram pequenas no curto prazo, mas devem se intensificar nas previsões do WEF, e já aparecem em 6º lugar no cenário de dez anos.
Incerteza no horizonte
No geral, o relatório indica que conflitos armados entre Estados, tensões geoeconômicas e a fragmentação global criam um ambiente de incerteza que demanda posicionamento e ações consistentes por parte das empresas. A forma como as organizações lidam com questões geopolíticas sensíveis, como sanções, cadeias de suprimentos e direitos humanos, pode resultar em danos à sua reputação.
As mudanças climáticas e os desastres naturais representam ameaças concretas para muitas empresas, mas também oferecem oportunidades para aquelas que demonstram compromisso com a sustentabilidade. “Ondas de calor em todas as partes da Ásia; inundações no Brasil, na Indonésia e em partes da Europa; incêndios florestais no Canadá; e furacões Helene e Milton nos Estados Unidos são apenas alguns exemplos recentes de tais eventos”, alerta o relatório.
O documento indica que a crescente desigualdade social, a polarização política e a erosão da coesão social criam um terreno fértil para a instabilidade social. Em consequência, empresas são cada vez mais cobradas por seu papel na sociedade. A forma como lidam com questões como diversidade, inclusão, direitos trabalhistas e justiça social pode ter um impacto direto em sua reputação.
Em outra frente, o avanço tecnológico traz inúmeras oportunidades, mas também novos riscos, como a disseminação de desinformação, ataques cibernéticos e o uso antiético de inteligência artificial. As empresas precisam estar preparadas para lidar com esses riscos de forma ética e transparente, sob pena de sofrerem graves danos à reputação. Vazamentos de dados, o uso indevido de informações pessoais e a disseminação de notícias falsas podem gerar crises de imagem de proporções.
O relatório de 2025 analisou 33 categorias de riscos e pautará as discussões na Reunião Anual do Fórum em Davos, Suíça neste ano. O encontro, de 20 a 24 de janeiro, terá como tema central Colaboração para a Era Inteligente. O evento reunirá mais de 2.800 participantes de 120 países, incluindo 60 chefes de Estado e de governo.
Os 10 grandes riscos globais em 2025
Os 10 maiores riscos globais em curto e longo prazos
Fonte: Relatório de Riscos Globais WEF/Pesquisa de Percepção de Riscos Globais
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