Parece uma ideia simples, mas não é. Se você parar para pensar, todas as crises que conhecemos, seja por experiência própria, pela imprensa ou mesmo pelos livros, séries e filmes, um dia já foram riscos – mapeados ou não. Quando nos damos conta que todas as crises poderiam ser evitadas ou mitigadas, a primeira pergunta que fazemos é: então, por que não o são?
Primeiro, porque gerenciar riscos é um trabalho que exige expertise técnica, investimento, treinamento, responsabilização e, mais recentemente, velocidade e atualização constante.
Segundo, porque todos os riscos estratégicos, financeiros e operacionais das organizações geram também – e, nos dias de hoje, de forma ainda mais contundente – ameaças reputacionais. Para conseguirmos identificar o que de fato gera uma ameaça reputacional, precisamos conhecer com alguma profundidade as crenças, os valores e os comportamentos (sempre em evolução) dos indivíduos na sociedade.
Não é, portanto, um trabalho simples, mas é absolutamente necessário na construção de projetos empresariais longevos e de marcas com valor e ambição de legado.
Se você estiver começando agora, pense nesses três primeiros passos:
1. Reúna um time multidisciplinar, conhecedor do negócio, do setor e do contexto em que a empresa está inserida;
2. Levante os desafios de cada área, pergunte o que pode dar errado, qual o impacto (para o negócio, para as pessoas e a sociedade) dessa eventual ocorrência e o que existe hoje de mecanismos de controle associados a esse risco;
3. Desenvolva um método simples para atribuir grau de severidade a cada risco e comece, imediatamente, a tratar aqueles que forem identificados com maior impacto em caso de ocorrência.
Nossa recomendação: comece sempre pelo risco que representar maior dano em caso de sinistro e não necessariamente pelo que tem a maior probabilidade de acontecer.
Anik Suzuki é CEO da ANK Reputation
anik@ankreputation.com.br