
A importância da reputação pessoal e das empresas como ativo para proteger a imagem e alavancar os resultados ganhou palco no South Summit Brazil, evento de inovação realizado em Porto Alegre. Em um mundo em que a imagem de pessoas e organizações pode ser afetada por uma declaração mal-intencionada ou qualquer deslize nas redes sociais, a comunicação e a transparência são imperativos para a conquista da confiança dos públicos, discutiu o painel Imagem, posicionamento e reputação: pilares de sucesso da startup ao unicórnio com Anik Suzuki, fundadora e CEO da ANK Reputation, Fabiano Machado da Rosa, CEO da PMR Advocacia, advogado especialista em compliance, ESG e antidiscriminação, e o mediador Manoel Soares, jornalista e empreendedor.
Segundo Anik, quando se entende que a própria reputação não nos pertence, que não há controle sobre ela, que a nossa reputação é o olhar do outro sobre nós, percebe-se o quão desafiador o tema pode ser. O que está ao alcance de pessoas e empresas é controlar os sinais que são emitidos a todo momento, na comunicação e nos relacionamentos, pois são capazes de influenciar as opiniões e formar a reputação, disse a executiva.
Confiança, comunicação e escolha de atributos
Para contribuir de maneira prática, Anik trouxe duas dicas para a construção da reputação. Alertou que, apesar da enorme crise de confiança que vivenciamos atualmente, pessoas ainda confiam em pessoas, desde que conheçam sua história, seus valores – e como as decisões são tomadas – e em seus motivos, no sentido de sua intenção. Para isso, é preciso se comunicar. “Não é mais aceitável não se comunicar, não se posicionar, não se diferenciar com clareza sobre a jornada pessoal, valores, motivos”, reforçou.
A segunda dica de Anik é a escolha de poucos atributos para formar o posicionamento pessoal ou de uma marca. Com menos atributos, disse, ganha-se velocidade no processo.
“No momento em que a gente tem clareza no que a nossa marca vai se apoiar com dois ou três atributos, a gente consegue se aprofundar com um trabalho de consistência, constância e redundância”, explicou. “Dependendo da fase da empresa, velocidade ganha o jogo.”

Ativo ético
O advogado Fabiano Machado da Rosa observou que, antes do crescimento exponencial das redes sociais, era muito mais fácil de conduzir as narrativas e proteger marcas e reputações.

“Todos nós temos na mão uma câmera, que destrói o release preparado com a verdade”, destacou sobre os riscos da disseminação da tecnologia.
Afirmou que, mais do que nunca, reputação é um ativo ético. E afirmou que é preciso ser intencional e se comunicar com clareza.
“Reputação é essencial porque vai fazer o cotejamento entre o que você expressa, vende, promete e entrega ou promete e não entrega”, reforçou Machado.
Já o jornalista Manoel Soares destacou a importância de se autoconhecer e vigiar a própria imagem permanentemente.
“A sua reputação precisa ser consistente e coerente com o que você é e com a marca que você quer construir”, afirmou Manoel.

O jornalista reforçou a importância de não ceder a tentações de curto prazo, tomar decisões difíceis, muitas vezes que envolvem perdas e ganhos financeiros, pensando sempre no futuro. “Dizer não hoje pode garantir algo melhor e maior mais adiante”.