
Ao longo da minha vida profissional, tenho tido a oportunidade de conhecer histórias incríveis de empresas que hoje representam muito bem o Brasil perante o mundo. Por isso, sempre penso que o país teria muito a ganhar com um diálogo mais efetivo entre quem produz e quem informa. Na semana passada, participei de um fórum global do agronegócio, que reuniu, em São Paulo, mais de 20 mil pessoas de todo o país e 180 empresas, com conteúdo, música, gastronomia e networking, e constatei que, de maneira geral, os moradores das cidades conhecem muito pouco o agro e sua relevância para a economia brasileira e global.
O Rio Grande do Sul tem muito a contar sobre o agro, ainda mais nessa fase de reconstrução do Estado, em que o setor enfrenta desafios para seguir crescendo. No agro, somos exemplo para o país em várias frentes – e daqui a pouco meses, poderemos mostrar o que temos de melhor na COP 30, no Pará. Este é um momento em que se abre uma janela de oportunidade para promover essa aproximação, e vejo no jornalismo profissional a melhor forma para encurtar essa distância entre o campo e a cidade e vice-versa.
“A boa notícia é que há um número cada vez maior de líderes do agro mais conscientes do papel da imprensa para traduzir seu protagonismo e relevância para a sociedade.”
Ainda há pontes a serem construídas, e tanto a imprensa quanto o agronegócio têm como avançar para gerar conhecimento e reconhecimento. Como observei no evento, o agro é um universo, tem identidade, repertório, sotaques e hábitos próprios, muito diferente para quem vive uma rotina urbana.
Para mostrar o que o agro gera de valor para todos, a cobertura jornalística tem farto material nas histórias inspiradoras de famílias, empreendedores e profissionais, para além dos indicadores e notícias factuais, hoje já informados com eficiência. Ainda mais quando sabemos que o campo precisa atrair e reter mais jovens qualificados, que por desconhecimento e distanciamento, nem sempre imaginam o quanto é investido em inovação, tecnologia e sustentabilidade – e o impacto direto da atividade na economia do país..
A boa notícia é que há um número cada vez maior de líderes do agro mais conscientes do papel da imprensa para traduzir seu protagonismo e relevância para a sociedade. E, por parte da mídia, o compromisso de informar com profundidade e qualidade tudo que impacta a vida das pessoas. Empresas e imprensa são partes de um mesmo ecossistema social, cada qual com seus códigos e responsabilidades. Quando agro e imprensa constroem pontes de valor, criam oportunidades para todos os brasileiros.
Anik Suzuki, CEO da ANK Reputation e membro do Conselho Editorial da RBS
aniksuzuki@ankreputationfeed.com.br
- Artigo publicado originalmente em Zero Hora em 13 de junho de 2025.